Quando Ulisses chegava, realizava-se no palácio um grande festim, como tantas vezes acontecia. Erguidas sobre pedestais magníficos, estátuas de ouro representando vigorosos adolescentes seguravam archotes acesos, que iluminavam toda a sala.
Cinquenta escravas, ricamente vestidas moíam o trigo louro, ou cruzavam fios preciosos nos teares. Os Feácios eram em tudo um povo ilustre e sábio: - os homens, superiores a todos para governar os barcos no meio do mar; as mulheres hábeis nos mais difíceis bordados e tecidos luxuosos.
Árvores de fruto, carregadas de pomos vinhedos que frutificavam em todas as estações, horta sempre verdejante, relva sempre fresca e lustrosa, rodeavam o belo edifício. Ulisses contemplava embevecido aquela maravilha consolado das dolorosas provações que sofrera em pleno mar. Mas bem depressa sacudiu o encanto que o tomara.
Entrou na sala do festim, aproximou-se de Alcino e de Arete, e ajoelhando aos pés desta, suplicou-lhe socorro e auxílio para poder regressar à sua terra.