Odisseia - Cap. 8: Éolo e Circe Pág. 63 / 129

Exigi-lhe, pois, que os libertasse, que os restituísse à sua condição de homens, que os trouxesse para junto de mim… Teve de cumprir as minhas ordens, e desencantou os desgraçados, que em breve pude abraçar, com transportes veementes de alegria.

Pareciam até mais novos, mais belos, mais desempenados do que dantes. Os seus risos e exclamações de júbilo ecoam pelo vasto palácio. A própria Circe se comove e pede-me então que vá buscar os outros marinheiros para lhes dar a hospitalidade que eles mereciam.

Corri à praia, a buscar o resto da tripulação do meu barco, certo já de que a deusa cumpriria a promessa feita e inteiramente abandonara os seus maus propósitos. Mas aí encontrei a maior resistência: - ninguém me queria acompanhar ao palácio, tal o pavor que tinha inspirado a narração verídica e horrorosa de Euríloco. Levei tempo a convencer os meus homens, contei-lhes o que estava sucedendo àqueles que Circe transformara em porcos, garanti-lhes recepção amorável e vida sossegada e farta. A não ser Euríloco, todos se deixaram persuadir por fim...

E este mesmo sempre se decidiu a seguir-nos, embora - e com razão - vigilante e medroso...

Mas Circe estava definitivamente vencida.





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