Era o momento de embarcar. Todos a postos, lançámos o navio na água sossegada, e remando com força, de velas pandas ajudados pelo vento, eis-nos vogando. Depois das manobras necessárias, resolvi contar aos meus companheiros as predições de Circe e os conselhos que ela me tinha dado, fazendo-os prometer que nunca os esqueceriam. Só de Sila, temendo amedrontá-los demais, não me atrevi a falar...
Ainda eu me não calara e já avistávamos a Ilha das Sereias. Caiu o vento. O mar acalmou. Nem uma onda! Colhemos as velas, e trabalharam só os remos, sob os quais o mar quieto embranquecia de espuma...
Prudentemente amasso logo nas mãos um grande pedaço de cera, amoleço-o, e tapo com ele os ouvidos dos meus homens que, logo em seguida, me encostam ao mastro do navio e amarram-me de pés e mãos. Tornam a sentar-se, pegam nos remos, e lá vamos...
«Quando o nosso barco estava quase perto da praia, as sereias enxergaram-nos. Célere, o navio galopava sobre a crista das ondas. Mas as sereias começaram imediatamente a cantar:
- «Não fujas, Ulisses, generoso Ulisses, Ulisses famoso, honra da Grécia! Pára defronte da praia, para ouvir a nossa voz. Nunca ninguém passou neste lugar sem que admirasse a suave harmonia do nosso canto!