Os colegas tinham-no visto a correr. Cercaram-no, empurrando-se uns aos outros, para ouvir melhor. - Conta lá! Conta lá!
- O que é que ele disse?
- Entraste lá?
- O que é que ele disse?
- Conta lá! Conta lá!
Ele contou-lhes o que tinha dito e o que o reitor tinha dito e, quando acabou de contar, todos os rapazes atiraram os bonés ao ar e cantaram:
- Viva!
Apanharam os bonés e atiraram-nos de novo ao ar, fazendo-os girar bem alto, e gritaram de novo:
- Viva! Viva!
Fizeram uma cadeirinha com as mãos entrelaçadas e içaram-no, transportando-o assim até que ele se libertou. E, quando se escapou, dispersaram-se em todas as direcções, atirando de novo os bonés ao ar e assobiando, enquanto eles giravam, e gritando:
- Viva!
E deram três morras ao Careca Dolan e três vivas a Conmee, declarando que era o reitor mais decente que tinha existido em Clongowes.
Os vivas morreram no ar cinzento e suave. Stephen ficou sozinho. Sentia-se feliz e livre; mas não se mostraria arrogante diante do padre Dolan. Ficaria muito calado e obediente; e desejou poder fazer qualquer coisa por ele, para lhe mostrar que não era orgulhoso.
O ar estava suave, cinzento e ameno e a noite estava a chegar.
Pairava no ar um cheiro a noite, o cheiro dos campos depois dos nabos terem sido cavados para serem descascados e comidos, quando iam passear à quinta do major Barton, o cheiro que se sentia no pequeno bosque por trás do pavilhão onde guardavam os bugalhos.
Os rapazes continuavam a praticar críquete. No silêncio suave e cinzento, podia ouvir o choque das bolas: e, daqui e dalém, através do ar tranquilo, vinha o som dos bastões de críquete: pingue, pingue, pingue, como gotas de água de uma fonte, caindo lentamente sobre a bacia a transbordar.