Orgulho e Preconceito - Cap. 41: Capítulo XLI Pág. 249 / 414

- Se o senhor soubesse - disse Elizabeth - dos grandes inconvenientes que esta conduta leviana de Lydia, em público, pode nos trazer, ou melhor, as que já nos trouxe, encararia esta questão de maneira diferente.

- Já trouxe? - repetiu Mr. Bennet. - Será que ela já afugentou um dos seus namorados? Minha pobre Lizzy... Mas não fique desanimada. Estes rapazes difíceis que não suportam o contato de pequenos ridículos não são dignos de saudade. Vamos, de-me a lista dos pobres coitados que foram pos-tos em fuga pelas loucuras de Lydia.

- Realmente, o senhor está enganado. Não tenho desgostos destes a lamentar. Não é de dissabores particulares mas de inconvenientes que eu me queixo. A nossa reputação deve sofrer necessariamente com a leviandade de Lydia, a imprudência e o desdém de toda restrição que marcam o seu carácter. Desculpe, mas preciso falar claramente. Se o senhor não se der ao trabalho de reprimir essas loucuras e não lhe ensinar que as suas atuais ocupações não são a finalidade da sua vida, em breve não haverá mais possibilidade de corrigi-la. Seu carácter estará fixado e com dezasseis anos ela será uma terrível namoradeira, cobrindo a si mesma e a sua família de ridículo. E uma namoradeira no pior sentido, sem outros atrativos a não ser a mocidade e a boa aparência. A sua ignorância e futilidade a tornarão incapaz de vencer o desprezo geral que o seu apetite imoderado de admiração há de provocar. E Kitty também corre o mesmo perigo. Ela acompanhará de olhos fechados os passos de Lydia. Vaidosa, ignorante, ociosa, e absolutamente descontrolada! Oh, meu caro pai, acha possível que elas não sejam censuradas e desprezadas em qualquer lugar em que se tornem conhecidas? E que as suas irmãs não sejam frequentemente envolvidas nesse mesmo desprezo?

Mr.





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