Orgulho e Preconceito - Cap. 50: Capítulo L Pág. 332 / 414

Que triunfo para Mr. Darcy se pudesse saber que as propostas que ela tinha rejeitado tão orgulhosamente há quatro meses atrás seriam recebidas agora com alegria e gratidão. Ele era generoso, disto Elizabeth não tinha a menor dúvida. Havia poucos homens mais generosos. Para não triunfar agora, entretanto, era preciso que não fosse humano.

Elizabeth começou a compreender então que Mr. Darcy era o homem que mais lhe convinha, tanto pelo temperamento como pelas qualidades. O génio, embora diverso do seu, correspondia a todos os seus desejos. Essa união teria sido vantajosa para ambos. A espontaneidade e a naturalidade de Elizabeth contribuiriam para suavizar o espírito dele, e melhorar-lhe também as maneiras. Ela, por sua vez, receberia um benefício ainda maior com a segurança do seu julgamento e a sua experiência do mundo.

Porém esse modelo dos casamentos felizes não mais se realizaria. Mas em breve uma união de carácter diferente e que excluía a possibilidade do outro seria formada na sua família.

Não sabia como Lydia e Wickham conseguiriam viver em relativo conforto. Aliás, um casal que tinha se unido por paixões mais fortes do que a sua virtude tinha diminutas possibilidades de felicidade duradoura.

Em breve Mr. Gardiner tornou a escrever para o cunhado. Aos pedidos de Mr. Bennet, respondeu apenas que estava sempre disposto a fazer o máximo esforço para o bem de qualquer pessoa da família, e concluiu pedindo que nunca mais se mencionasse o assunto. A finalidade principal da carta era anunciar que Mr. Wickham tinha resolvido sair da milícia.

"Eu desejava muito que ele o fizesse assim que o casamento fosse marcado", acrescentava Mr. Gardiner. "E acho que você pensará, como eu, que esse passo é muito vantajoso, tanto para ele como para minha sobrinha.





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