Orgulho e Preconceito - Cap. 50: Capítulo L Pág. 331 / 414

Mrs. Bennet era muito mais sensível à vergonha de ter casado a filha sem roupas novas do que à desonra causada pela sua fuga e pelo fato de ela ter vivido quinze dias com Wickham sem ser casada.

Elizabeth se arrependeu mais do que nunca por se ter deixado levar pela aflição do momento e revelado a Mr. Darcy os seus temores quanto ao futuro da irmã; pois, como o casamento se realizaria em breve, talvez pudessem esconder o fato vergonhoso a todos aqueles que não estavam diretamente relacionados com a família.

Ela não tinha receio de que o caso se espalhasse por intermédio de Mr. Darcy; havia poucas pessoas atualmente em cuja discrição tivesse mais confiança. Por outro lado, não havia ninguém cujo conhecimento da leviandade da sua irmã a mortificasse tanto. No entanto, não se sentia mortificada porque temesse qualquer desvantagem para si própria, pois de qualquer modo parecia haver um abismo intransponível entre eles. Mesmo que o casamento de Lydia tivesse sido concluído da forma mais respeitável, não era crível que Mr. Darcy quisesse se relacionar com uma família contra a qual tinha tantas objeções; agora, a estas objeções se acrescentava outra. Uma aliança que ele, com muita razão, considerava desprezível.

Não era pois de estranhar que hesitasse. O desejo de obter a consideração de Elizabeth, desejo que ele lhe havia manifestado no Derbyshire, não poderia sobreviver a tal golpe. Elizabeth se sentiu humilhada e ferida. Tinha remorsos sem saber bem de quê. Desejava a estima dele quando não tinha mais esperança de que essa estima a beneficiasse. Queria saber notícias suas e não tinha a menor esperança de que ele lhe escrevesse. E agora, que não havia mais probabilidade de encontrá-lo, estava convencida de que poderia ter sido feliz com ele.





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