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Capítulo 4: Capítulo II

Página 117
Levaram-me para a cama, embora o único dano sofrido se limitasse à perda do vestuário, que ficou totalmente irrecuperável. O anão foi severamente açoitado e, também, obrigado a beber todo o conteúdo do recipiente onde me lançara, e nunca mais voltou a ter o favor da rainha, de tal modo que, pouco depois, ofereceu-o a uma dama de elevada condição pelo que, para satisfação minha, nunca mais o voltei a ver, um verdadeiro alívio tendo em atenção os extremos a que poderia ter chegado o ressentimento desse malévolo velhaco.

Já anteriormente me tinha feito uma grave patifaria que, simultaneamente, provocara o riso e a ira de Sua Majestade e que, não fora eu suficientemente generoso para interceder por ele, tê-lo-ia levado ao seu imediato despedimento. Sua Majestade servira-se de um osso e, quando comeu o tutano, colocou-o de novo no prato, erecto como antes; o anão, à espreita de uma oportunidade, aproveitando o momento em que Glumdalclitch fora ao aparador, subiu para o tamborete onde ela se punha de pé para servir-me durante a refeição, ergueu-me com as duas mãos e, juntando-me as pernas, encaixou-me na medula do osso, onde fiquei por momentos preso de forma bastante grotesca. Julgo que se passou quase um minuto antes que alguém se apercebesse do que sucedera, pois considerei que pedir socorro diminuiria a minha dignidade. Mas como os príncipes quase nunca tomam a comida quente, não queimei as pernas, e apenas as meias e as calças ficaram num estado lastimoso. Atendendo aos meus rogos, o anão apenas recebeu como castigo um bom par de açoites.

A rainha, com frequência, escarnecia de mim por causa da minha cobardia e perguntava-me se as pessoas do meu país eram tão cobardes como eu.

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Capa do livro As Viagens de Gulliver
Páginas: 339
Página atual: 117

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta do Comandante Gulliver a seu primo Sympson 1
Prefácio do primeiro editor Richard Sympson 3
Capítulo I 8
Capítulo II 85
Capítulo III 170
Capítulo IV 249