Isto surpreendeu-os visivelmente e o de cor cinzenta às manchas repetiu-me duas vezes a mesma palavra, como se quisesse ensinar-me a correcta pronúncia; repeti-a o melhor que pude e, à medida que o fazia, notei uma melhoria perceptível, embora muito longe da perfeição. Então o bruxo propôs-me outra palavra muito mais difícil de pronunciar e cuja transcrição inglesa seria aproximadamente «houyhnhnrn». Não a disse com tanto desembaraço como a outra ainda que, ao cabo de duas ou três tentativas, obtivesse melhores resultados, ficando ambos surpreendidos com a minha inteligência.
Depois de uma nova troca de impressões penso que falavam de mim -, despediram-se com o mesmo cerimonial de cruzarem os cascos. O cinzento salpicado fez-me sinais para caminhar à frente dele; considerei oportuno obedecer-lhe enquanto não arranjasse melhor amo. Quando andava mais devagar, ele gritava: «Hhuun, hhuuun.» Adivinhei o significado e procurei explicar-lhe, como pude, que estava muito cansado e que não podia caminhar mais rapidamente, pelo que parou por um momento para que descansasse.