Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 6: Capítulo IV

Página 277
É legítimo declarar guerra ao nosso mais fiel aliado, quando uma das suas cidades ocupa uma posição estratégica para os nossos interesses, ou quando uma região ou um território envolvem e completam os nossos domínios. Se um príncipe ordena que o seu exército invada uma nação pobre e ignorante, pode legalmente matar metade da população e escravizar o resto, a fim de a civilizar e afastá-la da sua bárbara maneira de viver. É prática muito frequente, honorável e régia que um príncipe peça ajuda a outro para o auxiliar face a um invasor; o protector, uma vez expulso o invasor, apodera-se dos domínios e assassina, encarcera ou desterra o príncipe a cujo pedido de auxílio acorreu. As alianças de casamento ou de sangue constituem causa bastante de guerras entre os príncipes e, quanto mais estreito é o vínculo familiar, maior a propensão para se combaterem; as nações pobres têm fome, as nações ricas são orgulhosas: não existe compreensão entre a fome e o orgulho. Por tais motivos, o ofício do soldado é o mais honroso de todos: o soldado é um yahoo a soldo para matar a sangue frio o maior número possível de semelhantes seus que nunca, em nada, o ofenderam.

Existe também na Europa uma espécie de príncipes mendicantes que, por serem incapazes de guerrear por si próprios, alugam os seus exércitos a outras nações mais ricas, a tanto por dia e por homem; arrecadam três quartos dos montantes pagos, sendo estes a fonte principal dos seus rendimentos. Assim acontece na Alemanha e em muitas outras regiões do Norte da Europa.

«O que explicaste sobre a guerra interrompeu o meu amo revela com mediana clareza os efeitos da vossa pretensa racionalidade. Não obstante, é uma sorte que a desonra seja maior que o perigo: a natureza fez-vos totalmente incapazes de provocar muito dano. As vossas bocas estão esmagadas contra o vosso rosto e, portanto, apenas podeis morder, a menos que o outro não o permita.

<< Página Anterior

pág. 277 (Capítulo 6)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Viagens de Gulliver
Páginas: 339
Página atual: 277

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta do Comandante Gulliver a seu primo Sympson 1
Prefácio do primeiro editor Richard Sympson 3
Capítulo I 8
Capítulo II 85
Capítulo III 170
Capítulo IV 249