As Viagens de Gulliver - Cap. 3: Capítulo I Pág. 38 / 339

«Primeiro, o Homem-Montanha não sairá de nossos domínios sem autorização nossa, graciosamente selada.

«Segundo, não se atreverá a entrar nas nossas cidades sem uma ordem expressa nossa; em tal circunstância, com aviso prévio de duas horas, os habitantes terão de permanecer em suas casas.

«Terceiro, o citado Homem-Montanha deverá limitar os seus passeios às nossas estradas principais, e não caminhar ou repousar nos prados ou nas searas.

«Quarto, quando caminhar pelas citadas vias deverá ter o máximo cuidado em não pisar os corpos de nenhum dos nossos amados súbditos, cavalos e carruagens; tão-pouco apanhará com as suas mãos nenhum dos mencionados súbditos sem o seu próprio consentimento.

«Quinto, se uma mensagem requer uma urgência extraordinária, o Homem-Montanha deverá levar no seu bolso o mensageiro e o seu cavalo na viagem de seis dias de duração uma vez cada lua, e retorná-lo-á são e salvo, se assim for pedido, à Nossa Imperial Presença.

«Sexto, deverá ser nosso aliado contra os nossos inimigos da ilha de Blefuscu e deverá esforçar-se por destruir a sua frota, que actualmente se está a preparar para nos invadir.

«Sétimo, que o citado Homem-Montanha, nos seus momentos de ócio, deverá ajudar e colaborar com os nossos trabalhadores da construção a erguer os grandes blocos de pedra que cobrem os muros do parque principal e de outros edifícios reais.

«Oitavo, que no prazo de dois meses, o citado Homem-Montanha deverá entregar um relatório exacto da circunferência periférica de nossos domínios, contando os seus próprios passos ao longo das costas.





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