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Capítulo 4: Capítulo II

Página 93
Apesar disso, percebia o articular de palavras, respondendo eu com todas as minhas forças em vários idiomas e encostando ele, com frequência, o ouvido a duas jardas de mim. Mas tudo foi em vão, pois não havia forma de nos compreendermos. Então, mandou regressar para o trabalho os seus criados e, tirando um lenço do bolso, desdobrou-o e estendeu-o sobre a mão esquerda, que pôs no chão, com a palma para cima. Fez-me gestos para que eu subisse para ela, coisa que me foi fácil pois não ultrapassava um pé de espessura. Sabendo que devia obedecer e receando cair, deitei-me ao longo do lenço. Cobriu-me todo o corpo com ele para maior segurança e, assim, levou-me para casa. Ali, chamou a mulher para me mostrar, mas esta fez um grande alarido ao ver-me, como o fazem as mulheres em Inglaterra quando deparam com um sapo ou uma aranha. No entanto, depois de ter contemplado o meu comportamento durante um certo tempo e de ver como eu respondia aos sinais do marido, depressa perdeu o medo e, a pouco e pouco, começou a sentir uma grande ternura por mim.

Cerca do meio-dia um criado trouxe comida. Era apenas um prato, mas abundante, de carne, digno da mesa de um bom lavrador, servido num recipiente de vinte e quatro pés de diâmetro. Os comensais eram o agricultor, a mulher, os três filhos e uma velha avó. Quando se sentaram, o lavrador colocou-me à sua frente, sobre a mesa, que tinha uns trinta pés de altura. Estava apavorado e mantive-me o mais longe possível da beira da mesa, com medo de cair. A mulher cortou um pedaço de carne, desfez o pão sobre a tábua e colocou a comida à minha frente. Fiz uma grande reverência, tirei o canivete e o garfo e comecei a comer, o que lhes deu uma enorme alegria.

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Capa do livro As Viagens de Gulliver
Páginas: 339
Página atual: 93

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta do Comandante Gulliver a seu primo Sympson 1
Prefácio do primeiro editor Richard Sympson 3
Capítulo I 8
Capítulo II 85
Capítulo III 170
Capítulo IV 249