Tudo foi em vão, de modo que se viu obrigada a aplicar a solução derradeira: dar-lhe de mamar. Confesso que nada me repugnou tanto como ver aquele peito monstruoso. Não encontro comparação possível para proporcionar ao leitor curioso uma ideia de tamanho, forma e cor. Formava uma protuberância de seis pés e a base tinha um perímetro de, pelo menos, dezasseis. O mamilo era como metade da minha cabeça, e a sua superfície e a da auréola estavam salpicadas de botões, marcas e sinais muito repugnantes. De pé, sobre a mesa, pude vê-lo com todo o pormenor, dado que a ama se sentou para dar-lhe o peito com mais comodidade. Isto fez-me pensar na formosa cútis das nossas damas inglesas, cuja beleza reside no facto de que estão feitas à nossa própria escala e cujos defeitos seriam perceptíveis através de lentes de aumento; a experiência mostra-nos que a pele mais fina e branca surge então áspera, desigual e mal matizada.
Recordo que quando estive em Lilliput os rostos daqueles diminutos seres pareceram-me os mais belos do universo; falando certa vez sobre este rema com um sábio um dos meus amigos íntimos daquele país, confessou-me que o meu rosto lhe parecia muito mais belo e liso quando me contemplava do chão do que quando eu o agarrava com a mão e o aproximava de mim, coisa que reconheceu-o resultava num espectáculo chocante. Disse-me que via grandes covas na minha pele, que os pêlos da barba eram dez vezes mais fortes que as cerdas de javali, e que a minha tez se compunha de diversas cores muito desagradáveis. No entanto, permita-me o leitor que diga em meu abono que sou tão louro como a maioria dos compatriotas do meu próprio sexo e que, apesar das viagens, estou pouco bronzeado.