Que costumam em caperu[ça]“
Dá-los aos que grace[jam];
Mas queima-te as pesta[nas]
Só em cobrar boa fa[ma];
Que o que imprime toli[ces]
Dá-as a censo perpé[tuo]
Adverte que é desati[no],
Sendo de vidro o telha[do],
Apanhar pedras na [mão]
Para atirar ao vizi[nho].
Deixa que o homem de ju[ízo]
Nas obras que com[põe]
Se vá com pés de chum[bo]:
Que o que tira à luz pa[péis]
Para entreter donze[las]
Escreve às tontas e às lou[cas].
-------------------------------------------------------------------------------- AMADIS DE GAULA A D. QUIXOTE DE LA MANCHA SONETO Tu, que imitaste a chorosa vida Que levei ausente e desdenhado sobre O gran penhasco da Penha Pobre, De alegre a penitência reduzida.
Tu, a quem os olhos deram a bebida De abundante licor, embora salobra, E erguendo-te de prata, estanho e cobre, Te deu a terra em terra a comida.
Vive seguro de que eternamente, Em tanto, ao menos, que na quarta esfera Seus cavalos excite o ruivo Apolo, Terás claro renome de valente; Tua pátria será dentre todas a primeira; Teu sábio autor, ao mundo único e só.
D. BELIANIS DE GRÉCIA A D. QUIXOTE DE LA MANCHA
SONETO
Rompi, cortei, amolguei, fiz e refiz Mais que no orbe cavaleiro andante; Fui destro, valente, arrogante; Mil agravos vinguei, cera mil desfiz.
Façanhas dei a Fama que eternize; Comedido e regalado amante; Foi anão para mim todo gigante E ao duelo em qualquer ponto satisfiz.
Tive a meus pés prostrada a Fortuna, E trouxe do copete minha cordura À calva Ocasião ao estricote.
Mas, ainda sobre os cornos da lua Sempre se viu no cume minha ventura, Tuas proezas invejo, ó grão Quixote!
A SENHORA ORIANA A DULCINÉIA DEL TOBOSO
SONETO