Estava cheio de livros e papéis; era, sem dúvida, utilizado como escritório. Rápida e metodicamente, Holmes esvaziou gaveta após gaveta, armário após armário, mas nenhum brilho de sucesso lhe iluminava a expressão sombria, Passada uma hora, encontrávamo-nos no ponto de partida.
- O manhoso cobriu bem a retirada - disse Holmes. - Não deixou nada que o pudesse incriminar. Destruiu ou levou consigo a correspondência perigosa. Esta é a nossa última oportunidade.
Era uma pequena caixa metálica em cima da escrivaninha. Holmes arrombou-a com o cinzel. Continha vários rolos de papel, cheios de números e cálculos, sem qualquer nota explicativa. Palavras repetidas, como «pressão de água» e «pressão por centímetro quadrado» sugeriam uma possível relação com um submarino. Holmes, impaciente, pô-los de lado. Restava um sobrescrito com pequenos recortes de jornal: Espalhou-os sobre a escrivaninha e logo vi pela sua expressão iluminada que a esperança o visitara.
- Que é isto, Watson? Hem? Que é isto? Uma colecção de anúncios de jornal. A coluna de mensagens pessoais do Daily Telegraph, a julgar pelo papel e pelo aspecto gráfico. Canto superior direito da página. Não há datas... mas não é difícil ordenar os anúncios cronologicamente. Este deve ser o primeiro...
Aguardo notícias breve. Condições aceites. Escrevo para a morada do cartão. PIERROT
»A seguir:
Muito complicado para descrever. Preciso de relatório completo. Dinheiro à espera contra entrega material. PIERROT
»Depois:
As coisas precipitam-se. Retirarei oferta, salvo se contrato for integralmente aceite. Marque encontro por carta. Confirmarei por anúncio. PIERROT
»Por fim:
Segunda-feira à noite, depois das nove.
