Duas pancadas. Só nós. Não seja desconfiado. Pagamento em dinheiro contra entrega do material.
PIERROT »Uma coleção bastante complexa, Watson! Se pudéssemos chegar ao homem que a fez...
Perdeu-se em reflexões, tamborilando com os dedos sobre a mesa. Por fim, levantou-se.
- Talvez as coisas não sejam tão difíceis, no fim de contas.
Não temos mais nada a fazer aqui, Watson. Penso que devemos ir ao Daily Telegraph para encerrar um bom dia de trabalho.
Mycroft Holmes e Lestrade tinham aparecido depois do pequeno-almoço, no dia seguinte, a pedido de Holmes, que lhes contou os acontecimentos da véspera. Lestrade reprovou o nosso confessado assalto.
- Nós não podemos fazer coisas dessas, Mr. Holmes. Não admira que o senhor obtenha resultados que nós não obtemos. Mas, um dia, o senhor vai longe de mais e ver-se-á em apuros, com o seu amigo.
- Pela Inglaterra, a pátria e a beleza... não é, Watson? Mártires no altar do país. Que achas tu disto, Mycroft?
- Excelente, Sherlock! Admirável! Mas de que te vai servir isto?
Holmes pegou no Daily Telegraph de cima da mesa.
- Viste o anúncio de Pierrot, hoje?
- Quê? Outro?
- Sim. Está aqui.
Esta noite. À mesma hora. No mesmo sítio. Duas pancadas. Importância decisiva. A sua segurança em jogo. PIERROT
- Meu Deus! - exclamou Lestrade, - Se ele responder, apanhamo-lo!
- Foi a minha ideia ao pô-lo. Se quiserem ambos vir connosco, por volta das oito, a Caulfield Gardens, talvez fiquemos um pouco mais perto da solução.
Uma das mais notáveis características de Sherlock Holmes era o seu poder de desligar o cérebro das questões importantes e de concentrar todos os seus pensamentos, em coisas superficiais, sempre que se convencia de que o esforço não valia os resultados.