- Suponho que não se importa que eu colabore consigo, Mr. Baynes?
- Tenho muita honra nisso, sir.
- O senhor foi muito hábil e eficaz na maneira como enfrentou este caso, não há dúvida. Posso perguntar-lhe se há alguma pista quanto à hora exacta da morte?
- Ele estava lá desde a uma hora. Chovia por essa altura e a morte ocorreu certamente antes de ter começado a chover.
- Mas isso é absolutamente impossível, Mr. Baynes! - exclamou o nosso cliente. - Ele tinha uma voz inconfundível. Juro pelo que quiser que foi ele quem me falou, no meu quarto, a essa hora!
- Curioso, mas de modo, algum impossível - disse Holmes, sorrindo.
- Tem alguma pista? - perguntou Gregson.
- A avaliar pelos dados disponíveis, não se pode dizer que o caso seja dos mais complexos, embora apresente, sem dúvida; algumas características curiosas e invulgares. Preciso de conhecer melhor os factos antes de propor uma opinião definitiva. É verdade, Mr. Baynes... Encontrou mais qualquer coisa de interessante, além desse bilhete, quando examinou a casa?
O detective fitou o meu amigo com singular expressão.
- Sim, reparei numa ou duas coisas muito interessantes. Se não se importasse, quando eu sair da esquadra, íamos lá a casa. Gostava de ouvir a sua opinião.
- Estou ao seu inteiro dispor - disse Sherlock Holmes, tocando a campainha. - Acompanhe estes senhores, Mrs. Hudson, e, por favor, mande o rapaz expedir este telegrama. Tem resposta paga; cinco xelins.
Permanecemos sentados durante algum tempo, em silêncio, após a saída dos nossos visitantes. Holmes fumava desalmadamente, o sobrolho franzido contra os olhos perspicazes, a cabeça avançada como era típico da sua atitude quando a reflectir.
