Foi encontrado morto esta manhã, em Oxshott Common, a cerca de dois quilómetros de sua casa. Desfizeram-lhe a cabeça com golpes violentos de um saco de areia ou objecto semelhante; esmagaram-na mais do que a abriram. O local onde o corpo foi encontrado é solitário, não há nenhuma casa num raio de quinhentos metros. Aparentemente atacaram-no pelas costas, mas o assassino continuou a espancá-lo muito depois de ele já estar morto. Um ataque selvático. Não há pegadas nem qualquer pista que nos possa levar aos autores do crime.
- Roubaram-no?
- Não, não o roubaram.
- E chocante... chocante e terrível - disse Mr. Scott Ecc1es em voz lamurienta -, principalmente para mim. Não tive nada a ver com a excursão nocturna do meu anfitrião, terminada de maneira tão dramática. A que propósito é que me envolvem no caso?
- É muito simples, sir - respondeu o inspector Baynes. - O único documento encontrado no bolso do morto é uma carta sua, a dizer que o ia visitar na noite do assassínio. Foi o sobrescrito dessa carta que nos deu o nome e a morada do morto. Passava das nove desta manhã quando chegámos a casa dele. Não o encontrámos a si nem a ninguém. Telegrafei a Mr. Gregson para que o procurasse, sir, em Londres, e comecei a examinar Wisteria Lodge. Dirigi-me depois à cidade, juntei-me a Mr. Gregson e viemos para aqui.
- Acho melhor agora - disse Gregson, levantando-se - dar a tudo isto um carácter oficial. Vamos à esquadra, Mr. Scott Eccles, para tomarmos a sua declaração por escrito.
- Muito bem, vou imediatamente. Mas contrato os seus Serviços, Mr. Holmes. Peço-lhe que não se poupe a despesas nem a esforços para descobrir a verdade.
O meu amigo virou-se para o inspector de província.