- É tudo - respondeu Holmes. - Lembra-se com certeza da minha pergunta, aparentemente irrelevante, sobre a orelha esquerda desse tal clérigo... você não me respondeu.
- Saí de Baden e não pude descobrir.
- Ora bem! Por isso fiz também a pergunta ao gerente do Englischer Hof. A resposta está aqui.
- E então?
- Então, meu caro Watson, lidamos com um homem excepcionalmente astuto e perigoso. O Rev. Dr. Shlessinger, missionário da América do Sul, não é outro senão Holy Peters, um dos mais desavergonhados bandidos que a Austrália já produziu... e para um país jovem tem produzido tipos muito bem acabados. Especializou-se em seduzir senhoras sós, explorando-lhes os sentimentos religiosos, e a sua pretensa esposa, uma inglesa chamada Fraser, dá-lhe valiosa ajuda. A sua táctica sugeriu-me a sua identidade e este sinal particular (foi mordido durante uma violenta luta num saloon, em Adelaide, em 1889) confirmou as minhas suspeitas. A pobre senhora está nas, mãos de um casal demoníaco que nada detém, Watson. E mesmo muito provável que já esteja morta. Se não estiver, encontra-se certamente encarcerada e incapaz de escrever a miss Dobney ou a outros amigos. É possível que não tenha chegado a Londres, ou que tenha passado por cá e seguido viagem, mas a primeira hipótese é, improvável, pois com o nosso sistema de registo não é fácil a estrangeiros trocar as voltas à polícia continental; e a segunda hipótese não é menos improvável, porque esses bandidos dificilmente poderiam esconder uma pessoa à força noutro sítio. Diz-me o instinto que Lady Frances se encontra em Londres, mas como, de momento, não podemos saber onde, só nos resta uma solução, aliás óbvia: comer o nosso jantar e ter paciência.