A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 9: O ÚLTIMO CASO Pág. 197 / 210

O barão olhou o relógio e produziu uma exclamação gutural de desapontamento.

- Não posso esperar mais tempo, sabe... Calcula como as coisas se sucedem nesta hora em Carlton Terrace. Temos todos de estar nos nossos postos. Tinha esperanças de levar a notícia do seu grande golpe... Altamont marcou hora?

Von Bork passou-lhe um telegrama.

Comparecerei sem falta esta noite e levarei velas novas.

ALTAMONT

- Velas, hem?

- Ele faz-se passar por mecânico e eu tenho uma garagem cheia de automóveis. No nosso código, tudo possui nomes de peças ou acessórios. Quando ele fala num radiador já sei que é um couraçado; uma bomba de óleo é um cruzador, por ai fora. Velas quer dizer código de transmissões navais.

- Expedido em Portsmouth, ao meio-dia - disse o secretário, examinando o telegrama. - Já agora, quanto lhe paga?

- Quinhentas libras por este trabalho. Claro que ganha um salário regular.

- O patife guloso... São úteis, estes traidores, mas choro o maldito dinheiro que levam.

- Não choro nada do que pago a Altamont. É formidável! Se lhe pagar bem, pelo menos entrega-me a mercadoria, para usar as suas próprias palavras. E não é um traidor. Garanto-lhe que o nosso Junker mais pan-germânico é, no que sente por Inglaterra, uma pombinha, comparado com um irlandês-americano dos mais radicais.

- Oh, ele é americano de origem irlandesa?

- Não duvidaria se o ouvisse falar. Palavra que, às vezes, tenho dificuldades em entendê-lo. Parece ter declarado guerra ao inglês do rei e ao rei inglês. Mas tem mesmo de ir? Ele deve estar a chegar.

- Não posso. Lamento, mas já estou atrasado. Esperá-lo-emos amanhã, cedo, e quando fizer sair esse livro de código do país, poderá colocar um triunfante Finis no seu historial inglês.





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