Pronto! Amanhã de manhã vou-me embora!
- Eu acho que o senhor também tem de me ajudar. Não vou ficar sozinho neste maldito país. Dentro de uma semana, no máximo, pelo que vejo, John Bull estará de gatas. Prefiro vê-lo do outro lado do canal.
- Mas você é cidadão americano.
- Também Jack James era americano e está preso em Portland. Não adianta nada dizer a um polícia inglês que se é cidadão americano. «Aqui vale a lei e a ordem britânica», dirá. Já agora, mister, por falar em Jack James, parece-me que o senhor não liga grande coisa à protecção dos seus homens.
- Que quer dizer? – perguntou, ofendido, Von Borck.
- É o patrão deles, não é? Compete-lhe impedir que se vejam em apuros. Mas eles tropeçam e que faz o senhor para os levantar? James…
- Foi James quem teve a culpa, sabe muito bem. Era demasiado imprudente, um teimoso.
- James era teimoso, está bem. Mas Holis…
- Um doido!
- Para o fim estava um pouco aparvalhado, é verdade, e não admira. Quem não fica maluco tendo à perna, de manhã à noite, uma centena de tipos prontos a entregá-lo à polícia? E, agora, Steiner...
Von Bork sobressaltou-se e o seu rosto corado perdeu alguma cor.
- Que há com Steiner?
- Apanharam-no, é o que há. Entraram-lhe pela loja dentro ontem à noite. Steiner e os seus papéis estão agora na cadeia de Portsmouth. O senhor vai-se embora e o pobre diabo terá de se aguentar. E muita sorte se escapar com vida! É por isso que quero atravessar o canal o mais depressa possível. Consigo.
Von Bork era um homem forte, senhor de si, mas via-se que as notícias o tinham abalado.
- Como podem ter apanhado Steiner? - murmurou. - É o mais rude golpe que sofremos até agora.