- Sim? Andava atrás de Henderson?
- Bem, Mr. Holmes, quando o senhor rastejava pelos arbustos de High Gable eu estava em cima de uma árvore, na plantação, e vi-o. A questão era apenas a de saber quem obtinha primeiro a prova.
- Então por que prendeu o mulato?
Baynes riu.
- Eu tinha a certeza de que Henderson, como ele diz que se chama, sentia que suspeitávamos dele e que ficaria quieto enquanto pensasse estar em perigo. Prendi o homem errado para o levar a crer que já não desconfiávamos dele. Eu sabia que Henderson aproveitaria para se pôr a salvo, era o mais natural, e que, assim, teria oportunidade de chegar a Miss Burnet.
Holmes pousou a mão no ombro do inspector.
- Há-de ser alguém na profissão. Tem instinto e intuição.
Baynes corou de prazer.
- Coloquei um polícia à paisana na estação toda a semana. Seguirá a família de High Gable para onde quer que vá. Mas deve ter tido dificuldade em agir quando Miss Burnet se libertou. Felizmente, o seu homem apanhou-a e tudo acabou em bem. Não podemos prender ninguém sem o testemunho dela, é óbvio, e, portanto, quanto mais depressa obtivermos uma declaração melhor.
- Miss Burnet está a recuperar - disse Holmes, olhando a preceptora. - Mas diga-me, Baynes, quem é esse Henderson?
- Henderson - respondeu o inspector - é Don Muri1lo, em tempos chamado o Tigre de San Pedro.
O Tigre de San Pedro! Recordei toda a história do homem num ápice. Ganhara fama como o mais lascivo e sanguinário tirano de qualquer país com um simulacro de civilização. Forte, intemerato e decidido, tivera capacidade bastante para impor os seus vícios odiosos a um povo castrado durante dez, ou doze anos. O seu nome despertava o terror em toda a América Central.