A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 4: A AVENTURA DO CÍRCULO VERMELHO Pág. 72 / 210

Erguida à esquina, tem vista para Howe Street, com as suas casas mais pretensiosas. Holmes apontou, rindo entre dentes, para uma delas um bloco de apartamentos que se destacava no conjunto.

- Veja, Watson! - «Casa alta vermelha com enfeites de pedra,» Cá está o ponto assinalado. Conhecemos o local e o código o nosso trabalho há-de, pois, ser simples. Há escritos na janela; a casa está para alugar. Trata-se evidentemente de uma residência vaga, à qual os cúmplices têm acesso. Então, Mrs. Warren?

- Está tudo pronto. Se quiserem subir depois de descalçarem as botas no patamar...

A mulher arranjara um perfeito esconderijo. O espelho encontrava-se tão bem colocado que nós, sentados às escuras, podíamos ver perfeitamente a porta fronteira. Mal acabávamos de nos instalar e Mrs. Warren de desaparecer, um tinido distante anunciou que o nosso misterioso vizinho havia tocado. Logo a dona da casa apareceu com a bandeja, que pousou sobre uma cadeira junto da porta fechada, afastando-se seguida em passo sonoro. Agachados no ângulo da porta, pregámos os olhos no espelho. De súbito, morriam já os passos da mulher ouvimos o ruído de uma chave rodando na fechadura. A maçaneta rodou também e duas mãos finas retiraram como uma flecha a bandeja da cadeira. Passado um instante, a bandeja foi apressadamente reposta no lugar e surpreendi então, de relance, um rosto belo e moreno, fitando aterrorizado a estreita entrada do quarto de arrumações. A porta fechou-se com estrondo, a chave tornou a rodar na fechadura e fez-se silêncio. Holmes puxou-me pela manga e esgueiramo-nos ambos escada abaixo.

- Voltaremos à noite - disse ele à mulher expectante. - Parece-me, Watson, que podemos conversar melhor acerca deste caso em Baker Street.





Os capítulos deste livro