O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 6: A Aventura de Black Peter Pág. 160 / 363

O facto de o crime ter sido cometido às duas da manhã e, no entanto, Peter Carey estar vestido, sugere que ele tinha um encontro com o assassino, o que fica confirmado pela presença em cima da mesa de uma garrafa de rum e dois copos sujos.

- Sim - disse Holmes -, creio que ambas as conclusões são admissíveis. Na cabana havia outras bebidas para além do rum?

- Sim, um pequeno armário com brande e uísque em cima da mala de porão. No entanto, não tem qualquer importância para o caso, pois as garrafas estavam cheias, não tendo, portanto, sido usadas.

- Mesmo assim, a sua presença tem alguma importância - disse Holmes. - No entanto, continue a enumerar os objectos que lhe parecerem ter relação com o caso.

- Havia a tal bolsa de tabaco em cima da mesa.

- Em que sítio da mesa?

- Estava no centro. Era feita de pele de fora, de fabrico grosseiro... pele de foca com pêlos compridos, com uma fina tira de couro para apertar. Na parte de dentro estava a marca «P. C.», A bolsa continha meia onça de tabaco forte para cachimbo.

- Excelente! E que mais?

Stanley Hopkins tirou da algibeira um bloco de notas de capa parda. A capa estava gasta e as folhas desbotadas. Na primeira página estavam escritas as iniciais «J. H. N.» e a data «1883». Holmes colocou-o em cima da mesa e examinou-o com a sua habitual atenção enquanto Hopkins e eu olhávamos por cima do seu ombro. Na segunda página estavam escritas as letras «C. P. R.» e seguiam-se várias páginas cheias de números. Uma outra tinha o título «Argentina», outra «Costa Rica» e outra ainda «São Paulo», cada uma seguida de páginas cheias de símbolos e números.

- Que é que acha que isto é?

- Parecem ser listas das acções da Bolsa.





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