O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 7: As Aventuras de Charles Augustus Milverton Pág. 189 / 363

Óptimo, faça então as máscaras. Faremos uma ceia fria antes de partirmos. São agora nove e meia. Às onze, iremos de carruagem até Church Row. Daí até Appledore Towers é uma caminhada de um quarto de hora. Começaremos a trabalhar antes da meia-noite. Milverton tem o sono pesado e vai sempre para a cama pontualmente às dez e meia. Com alguma sorte, podemos estar de volta às duas da manhã, com as cartas de Lady Eva na minha algibeira.

Holmes e eu pusemos os nossos trajes a rigor para sermos eventualmente confundidos com duas pessoas que tinham ido ao teatro e que se dirigiam para casa. Em Oxford Street apanhámos uma carruagem e fomos até determinada morada em Hampstead. Aí chegados, pagámos ao cocheiro e, com os sobretudos abotoados, pois estava um frio terrível e o vento parecia penetrar em nós, caminhámos ao longo do parque.

- Este é um caso que precisa de ser tratado com toda a delicadeza - disse Holmes. - Os documentos estão num cofre no escritório do tipo e o escritório é a antecâmara do seu quarto. Por outro lado, como todos os homens baixos que se tratam bem, ele dorme profundamente. Agatha... que é a minha noiva... diz que corre a piada entre todos os criados de que é impossível acordar o seu amo. Ele tem um secretário que se dedica totalmente aos interesses de Milverton e que nunca sai do escritório durante todo o dia. É por isso que vamos lá de noite. O tipo tem ainda uma besta de um cão que anda à solta no jardim. Encontrei-me com Agatha bastante tarde nas duas últimas noites e ela prendeu o animal para eu poder sair à vontade. É esta a casa, no meio daquela propriedade que também lhe pertence. Passa-se pelo portão... depois à esquerda pelo meio dos loureiros.





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