- Quanto tempo esteve preso?
- O homem sobreviveu e ele só apanhou um ano de cadeia. Não tenho qualquer dúvida de que já estará em liberdade, mas não ousou aparecer por cá. Trabalha cá um primo dele e penso que ele vos possa dizer onde é que ele está.
- Não, não - exclamou Holmes -, nem uma palavra ao primo... nem uma palavra, peço-lhe. O assunto é muito importante, e quanto mais progrido mais importante me parece tornar-se. Quando leu no seu registo a venda daqueles bustos, reparei que a data da venda foi 3 de Junho do ano passado. Pode dizer-me em que data é que Beppo foi preso?
- Posso dizer-lhe a data aproximada, pelas folhas de pagamento - respondeu o gerente. - Sim - continuou, folheando algumas páginas do livro -, foi-lhe pago o salário pela última vez a 20 de Maio.
- Muito obrigado - disse Holmes. - Penso que não preciso de lhe roubar mais tempo nem abusar mais da sua paciência. - Com um último aviso para que não comentasse a nossa investigação, dirigimo-nos novamente para oeste.
Só quase a meio da tarde é que conseguimos almoçar apressadamente num restaurante. Um cartaz com notícias à entrada anunciava: «Afronta em Kensington. Assassínio cometido por louco». E a notícia do jornal mostrava que o Sr. Horace Harker afinal conseguira fazer publicar o seu artigo. Um relato altamente sensacionalista e de prosa floreada do incidente ocupava duas colunas. Holmes encostou o jornal ao galheteiro e leu-o enquanto comia. Uma ou duas vezes riu baixinho:
- Isto está óptimo. Watson - disse. - Ouça:
«É agradável saber que não há diferenças de opinião acerca deste caso, dado que o Sr. Lestrade, um dos mais experientes membros da Polícia, e o Sr.