- Aproximei-me dele sempre de joelhos, como me recomendou, Sr. Holmes.
- Excelente. Fez um óptimo trabalho. Reparou para onde é que a bala foi?
- Reparei. Receio bem que tenha estragado o seu belo busto, pOIS atravessou a cabeça e foi bater na parede. Apanhei-a da carpeta. Aqui está!
Holmes estendeu-me a bala.
- Como vê, Watson, é uma bala macia de revólver. Foi uma solução de génio, pois quem é que esperaria encontrar uma tal bala disparada de uma espingarda? É tudo, Mrs. Hudson. Agradeço a sua ajuda. E agora, Watson, deixe que o veja no seu antigo lugar, pois há algumas questões que gostaria de discutir consigo.
Tinha tirado o velho guarda-pó e era agora o Holmes de sempre, vestido com o robe de cor parda que retirara da sua efígie.
- Os nervos do velho shikari não perderam a sua segurança, nem os seus olhos a sua precisão - disse ele, dando uma risada, ao inspeccionar a testa desfeita do seu busto.
»Mesmo a meio da parte de trás da cabeça e direita através do cérebro. Era o melhor atirador da Índia, e penso que poucos melhores haverá em Londres, Já ouviu falar dele?
- Não, nunca ouvi.
- Bom, a fama tem destas coisas! Mas, se bem me recordo também não ouvira falar no nome do professor James Moriarty, que tinha uma das maiores inteligências do século. Por favor dê-me o índice de biografias da prateleira.
Holmes folheou as páginas displicentemente recostando-se na cadeira e fazendo grandes nuvens de fumo com o seu charuto.
- A minha colecção de M’s é excepcional - disse. - O próprio Moriarty basta para tornar qualquer letra notável. E aqui está Morgan, o envenenador, e Merridew, de terrível memória, e Matthews, que fez saltar o meu canino esquerdo na sala de espera de Charing Cross e, finalmente, eis o nosso amigo desta noite.