- Não quero saber quem são. Podem ir para o raio que os parta! - rugiu a voz irada. - Amanhã tenho um exame e não serei incomodado por ninguém.
- Um tipo grosseiro - disse o nosso guia, vermelho de ira ao descermos as escadas. - É claro que ele não percebeu que era eu quem estava a bater à porta, mas, fosse como fosse. o seu comportamento foi extremamente grosseiro e, nas circunstâncias actuais, francamente levanta suspeitas.
A resposta de Holmes foi curiosa.
- Pode dizer-me qual é a sua altura exacta? - perguntou.
- Francamente, Sr. Holmes, não lhe sei dizer. É mais alto que o indiano, mas mais baixo que Gilchrist. Creio que terá cerca de um metro e setenta.
- Isso é muito importante - disse Holmes. - Agora, Sr. Soames, desejo-lhe boa noite.
O nosso guia deu uma exclamação de espanto e de desespero.
-Santo Deus, Sr. Holmes, certamente não me vai deixar de uma forma tão abrupta! Parece não se aperceber da gravidade da situação. O exame é amanhã. Tenho de tomar medidas concretas esta noite. Não posso permitir que o exame se realize tendo o enunciado sido lido. A situação tem de ser enfrentada.
- Tem de deixar as coisas como estão. Voltarei amanhã cedo para conversarmos sobre o assunto. É possível que esteja em posição de lhe indicar uma via de acção. Entretanto, não altere nada... absolutamente nada.
- Muito bem, Sr. Holmes.
- Pode ficar absolutamente tranquilo. Encontraremos certamente uma solução para as suas dificuldades. Levarei comigo o barro preto e as aparas de lápis. Adeus.
Quando chegámos ao pátio escuro, voltámos a olhar para as janelas. O indiano continuava a andar de trás para diante no seu quarto. Não se viam os outros.
- Então, Watson, que é que acha disto? - perguntou Holmes ao sairmos para a rua principal.