Nesse mesmo instante, ouviu-se um forte baque que sacudiu a casa e depois, silêncio absoluto. A criada ficou petrificada durante alguns momentos mas, recuperando a coragem, correu para o andar de baixo. A porta do escritório estava fechada e ela abriu-a. Lá dentro, o jovem Sr. Willoughby Smith estava estendido no chão. À primeira vista não divisou qualquer ferimento mas, ao tentar erguê-lo, viu que jorrava sangue da parte de trás do pescoço. Tinha uma ferida muito pequena mas extremamente profunda que cortara a carótida. O instrumento com o qual o ferimento fora infligido estava na carpeta ao seu lado. Era uma daquelas facas pequenas para lacre que há habitualmente nas secretárias antigas, com cabo de marfim e lâmina forte. Fazia parte dos objectos da secretária do próprio professor.
»Inicialmente, a criada pensou que o jovem Smith já estava morto mas, ao deitar-lhe água, que havia numa garrafa de vidro sobre a testa, ele abriu os olhos por instantes. «O professor» murmurou, «foi ela»... A criada jura que foram essas as palavras exactas. Tentou ainda desesperadamente dizer mais qualquer coisa e ergueu a mão direita. Depois, caiu morto.
»Entretanto, a governanta já chegara à sala mas não a tempo de ouvir as últimas palavras do moribundo. Deixando Susan com o corpo, correu ao quarto do professor. Este estava sentado na cama num estado de horrível agitação, pois ouvira o suficiente para perceber que algo de terrível acontecera. A Srª Marker jura que o professor ainda estava em roupa de dormir, pois de facto era-lhe impossível vestir-se sem a ajuda de Mortimer, que tinha instruções para lá ir ao meio-dia. O professor afirma que ouviu o grito à distância, mas que não sabe mais nada.