O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 10: A Aventura do «Pince-Nez» Dourado Pág. 256 / 363

Assim, dirigi imediatamente a minha atenção para o caminho do Jardim que estava encharcado devido à chuva recente e onde certamente haveria pegadas.

»As minhas investigações mostraram-me estar a lidar com um criminoso cauteloso e experiente. Não encontrei nenhumas pegadas no caminho do jardim. No entanto, era bem evidente que alguém passara pela berma arrelvada do caminho e que isso fora feito para evitar deixar rastos. Não consegui encontrar nada da natureza de uma marca distinta, mas a relva estava pisada e não há dúvida de que alguém passou por ali. Só podia ser o assassino, pois nem o jardineiro nem qualquer outra pessoa saiu de casa nessa manhã e só choveu durante a noite.

- Um momento. Este caminho vai dar aonde? - perguntou Holmes.

- À estrada.

- Qual é a sua extensão?

- Uns cem metros.

- Com certeza que podia ver as pegadas no sítio em que o caminho passa pelo portão, não?

- Infelizmente o caminho está empedrado nessa zona.

- Bom, e na estrada?

- Não, estava toda enlameada.

- Ora esta! Bem, e os vestígios na relva indicavam que direcção?

- É impossível dizer. Não eram marcas definidas.

- Um pé grande ou pequeno?

- Não é possível distinguir.

Holmes deu uma pequena exclamação de impaciência.

- Tem estado a chover a cântaros e um temporal terrível desde essa altura - disse. - A zona será mais difícil de decifrar que aquele palimpsesto. Bem, é uma coisa que não podemos remediar. Que é que fez depois de se assegurar de que não estava certo de nada, Hopkins?

- Creio que fiquei com a certeza de bastantes coisas, Sr. Holmes. Sei que alguém entrou cautelosamente na casa, vindo do exterior. Depois, examinei o corredor. Está atapetado de juta e não tinha qualquer marca.





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