Nestas questões há imensa burocracia. No entanto, não duvido que, com uma certa delicadeza e cuidado, esse objectivo possa ser conseguido. Entretanto, gostaria de, na sua presença, Sr. Overton, ver os papéis que foram deixados em cima da mesa.
Havia uma série de cartas, contas e blocos de notas que Holmes examinou com movimentos rápidos e nervosos e olhar penetrante.
- Não há nada aqui - disse, finalmente. - A propósito, cálculo que o seu amigo seja uma pessoa saudável... que não tenha qualquer problema de saúde... !
- É saudável como um touro.
- Teve conhecimento de ele alguma vez ter estado doente?
- Nunca. Teve uma lesão uma vez e outra teve problemas com a rótula, mas não foi nada de grave.
- Talvez ele não seja tão saudável como imagina. Eu diria que de tinha um problema que mantinha em segredo. Com o seu consentimento, guardarei um ou dois destes papéis na minha algibeira, no caso de virem a relacionar-se com as nossas investigações.
- Um momento... um momento! - exclamou uma voz quezilenta. Olhámos e vimos um estranho homenzinho que se contorcia com movimentos nervosos à porta. Estava vestido de preto-ruço, tinha um chapéu de abas muito largas e uma gravata branca larga. Parecia, pelo seu aspecto, ser um padre muito rústico ou um cangalheiro. No entanto, apesar do seu aspecto pobre e até absurdo, a sua voz tinha um tom cortante e a sua atitude uma rápida intensidade que atraía a atenção.
- Quem é o senhor e com que direito é que está a mexer nos papéis do cavalheiro? - perguntou.
- Sou um detective privado e estou a tentar explicar o seu desaparecimento.
- Ah é? E quem é que o contratou?
- Este senhor, que é amigo do Sr. Staunton, veio consultar-me por indicação da Scotland Yard.