O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 11: A Aventura do Avançado Desaparecido Pág. 289 / 363

É claro que pode ser uma coincidência mas não deixa de ser interessante. Não há apostas no desporto amador, mas entre o público são feitas apostas privadas e é possível que interesse a alguém prejudicar um jogador, como nas corridas acontece em relação a determinados cavalos. Essa e uma das explicações. Uma segunda, que também é absolutamente evidente, é que o jovem jogador é, na realidade, herdeiro de uma grande fortuna e, por mais modesta que a sua vida possa ser nesta altura, não é impossível ter sido alvo de uma conspiração para que seja pago um resgate.

- Essas teorias não levam em conta o telegrama.

- É verdade, Watson. O telegrama continua a ser a única coisa concreta de que dispomos e não podemos permitir que a nossa atenção se desvie desse facto. É para lançar luz sobre o telegrama que vamos agora a caminho de Cambridge. A via das nossas investigações é, no momento presente, obscura, mas ficarei muito surpreendido se até ao fim da tarde não esclarecermos a questão ou, pelo menos, tivermos feito progressos consideráveis nesse sentido.

Já anoitecera quando chegámos à velha cidade universitária. Holmes arranjou uma carruagem na estação e deu ordens ao cocheiro para se dirigir a casa do Dr. Leslie Armstrong. Alguns minutos depois, parámos em frente a uma grande mansão numa das ruas de maior movimento. Fomos recebidos e, depois de uma longa espera, mandaram-nos finalmente entrar para o consultório, onde encontrámos o médico sentado à sua secretária.

Prova bem até que ponto eu estava desactualizado com a minha profissão o facto de o nome do Dr. Leslie Armstrong me ser desconhecido. Agora sei que é um dos directores da escola médica da universidade, além de ser um filósofo de reputação europeia em mais de um dos ramos da ciência.





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