Lady Brackenstall estava deitada no mesmo sofá, mas estava mais animada que de manhã. A criada entrou connosco e voltou a friccionar com remédio a nódoa negra que ela tinha no sobrolho.
- Espero que não me venham interrogar de novo - disse Lady Brackenstall.
- Não - respondeu Holmes no seu tom mais brando -, não lhe causarei qualquer incómodo desnecessário, Lady Brackenstall, e o meu único desejo é tornar-lhe as coisas mais fáceis, pois estou convencido de que já sofreu muito. Se me encarar como um amigo e confiar em mim, talvez verifique que justificarei a sua confiança.
- Que é que quer que eu faça?
- Que me conte a verdade.
- Sr. Holmes!
- Não, não. Lady Brackenstall... não adianta. Talvez tenha ouvido falar na minha reputação. Apostá-la-ei no facto de que a sua história foi totalmente inventada.
Lady Brackenstall e a criada fitavam ambas Holmes com o rosto lívido e olhar amedrontado.
- O senhor é um desavergonhado! - exclamou Theresa. - Está a querer dizer que a minha senhora contou uma mentira?
Holmes levantou-se da cadeira.
- Não tem mais nada a dizer-me?
- Já lhe disse tudo.
- Pense outra vez, Lady Brackenstall. Não seria melhor ser franca?
Por instantes, o seu rosto belo teve uma expressão de hesitação. Depois, um novo pensamento dominou-a, fazendo que este se endurecesse como uma máscara.