- Já lhe disse tudo quanto sei.
Holmes pegou no chapéu e encolheu os ombros.
- Desculpe - disse e, sem qualquer outra palavra, saímos da sala e abandonámos a casa. Havia um lago no parque e foi para aí que o meu amigo me conduziu. Estava gelado, mas fora feito um buraco no gelo por causa do seu único ocupante, um cisne solitário. Holmes ficou a olhar para ele, depois voltou a sua atenção para o portão principal. Aí, escrevinhou um bilhete dirigido a Stanley Hopkins e deixou-o ao porteiro.
- Posso acertar ou falhar, mas temos de fazer qualquer coisa quanto ao nosso amigo Hopkins para justificar uma segunda visita sua - disse. - Mas por enquanto não lhe contarei tudo quanto sei. Penso que a nossa cena de operações seguinte deverá ser a companhia de navegação que faz a linha Adelaide-Southampton e que fica, se bem me lembro, ao fundo de Pall Mall. Há uma segunda linha de navios que fazem a ligação entre a Austrália e a Inglaterra, mas iremos à mais provável, que é a primeira.
O cartão de visita que Holmes entregou fez que o gerente o recebesse imediatamente e não tardou em dispor de todas as informações de que necessitava. Em Junho de 1895, apenas um dos seus navios aportara em Inglaterra. Tratava-se do Rock of Gibraltar, o seu melhor e maior navio. Uma consulta à lista de passageiros mostrou que Miss Fraser, de Adelaide, acompanhada pela sua criada, viajara nesse navio. O navio encontrava-se naquela altura algures a sul do Suez, a caminho da Austrália. Os oficiais eram os mesmos que em 1895, com uma excepção. O primeiro oficial, o Sr. Jack Crocker, fora promovido a comandante e preparava-se para assumir o comando do seu novo navio, o Bass Rock, que partiria de Southampton dentro de dois dias.
