»Tenho de voltar um pouco atrás. Parece saber tudo, portanto cálculo que saibam que a encontrei quando ela era passageira e eu primeiro-oficial do Rock of Gibraltar. Desde o primeiro instante em que a vi que ela foi a única mulher para mim. Cada dia daquela viagem amava-a mais e, desde então, já me ajoelhei muitas vezes de noite para beijar o convés desse navio por saber que os seus queridos pés o tinham pisado. Ela não era minha noiva. Tratou-me com a maior seriedade, como nunca uma mulher teve para com um homem. Não tenho qualquer queixa dela. Pela minha parte, havia amor, pela dela, boa camaradagem e amizade. Quando nos separámos ela era uma mulher livre, mas eu nunca mais seria um homem livre.
»Da próxima vez que regressei do mar, soube do seu casamento. Bom, por que é que ela não havia de se casar com o homem de quem gostava? Título e dinheiro... quem é que os assumiria melhor que ela? Nascera para ter tudo o que era belo e delicado. Não me podia entristecer com o seu casamento. Não era um tipo tão egoísta como isso. Fiquei satisfeito por ela ter tido sorte e por não se ter amarrado a um marinheiro sem tostão. É assim que amo Mary Fraser.
» Bom, pensei que nunca mais a voltaria a ver, mas fui promovido na última viagem e o meu novo barco ainda não fora lançado à água, e tive de esperar alguns meses com a minha tripulação em Sydenham.