O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 336 / 363

Os dois estadistas trocaram um breve olhar e as sobrancelhas hirsutas do primeiro-ministro franziram-se.

- Sr. Holmes, o sobrescrito é comprido, pouco volumoso e azul-claro: Tem um selo de lacre vermelho com um leão preparando-se para saltar. Está dirigido numa letra grande e arrojada a...

- Lamento - disse Holmes -, mas por mais interessantes e, na realidade, essenciais que sejam esses pormenores, as minhas investigações têm de ir ao cerne da questão. Que era essa carta?

- Isso e um segredo de Estado da maior importância e lamento não lho poder dizer, além de não achar que seja necessário. Se, com a ajuda dos poderes que se diz que o senhor tem, puder encontrar, esse sobrescrito que descrevi com o seu conteúdo, o seu país ficará em dívida para consigo e merecerá a recompensa que estiver ao nosso poder dar-lhe.

Sherlock Holmes levantou-se com um sorriso.

Os senhores são duas das pessoas mais ocupadas do país - disse - e eu próprio, em menor medida, tenho também muitas coisas a tratar. Lamento profundamente não os poder ajudar neste caso e seria uma perda de tempo continuarmos esta entrevista.

O primeiro-ministro levantou-se rapidamente com um lampejo feroz nos seus olhos, perante o qual muitos ministros se tinham já retraído.

- Sr. Holmes, não estou habituado - começou, mas conseguiu dominar a sua ira e voltou a sentar-se. Ficámos sentados, em silêncio, durante mais de um minuto. Depois, o velho estadista encolheu os ombros. - Temos de aceitar as suas condições, Sr. Holmes. Sem dúvida que o senhor tem razão e não seria razoável da nossa parte esperar a sua colaboração se não confiarmos totalmente em si.

- Concordo consigo - disse o estadista mais novo.





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