Aqui está, em papel azul, e estas folhas são, como já expliquei, a minuta. O Sr. Jonas Oldacre informou-me, depois, de que tinha uma série de documentos... licenças de construção, títulos de acções, hipotecas, etc.... que era necessário que eu visse e compreendesse. Disse-me que só ficaria descansado quando estivesse tudo tratado e pediu-me insistentemente que fosse a sua casa, em Norwood, nessa noite, levando-lhe o testamento, para tratarmos de tudo o resto. «Lembre-se, meu rapaz, nem uma palavra à sua família acerca do assunto até estar tudo tratado. Quero fazer-lhe esta pequena surpresa.» Insistiu muito neste ponto e fez-me prometer solenemente que nada diria.
»Como certamente compreenderá, Sr. Holmes, não estava em posição de lhe recusar qualquer coisa que ele me pedisse. Era meu benfeitor e o meu único desejo era cumprir a sua vontade em todos os seus pormenores. Assim, mandei um telegrama para casa dizendo que estava a tratar de um assunto importante e que me era impossível dizer a que horas chegaria. O Sr. Oldacre tinha-me dito que gostaria que eu jantasse com ele às nove, pois poderia não chegar a casa antes dessa hora. Tive alguma dificuldade em encontr.ar a casa e, portanto, quando lá cheguei já eram quase nove e meia. Encontrei-o...
- Um momento - disse Holmes. - Quem lhe abriu a porta?
- Uma senhora de meia-idade que calculei que fosse a governanta.
- E foi ela, presumo, que mencionou o seu nome.
- Exactamente - disse o Sr. McFarlane.
- Por favor, continue.
McFarlane limpou a testa perlada de suor e continuou a sua narrativa.
- Essa senhora conduziu-me a uma sala de estar onde foi servido um jantar frugal. Depois, o Sr. Oldacre levou-me ao seu quarto onde havia um pesado cofre.