- O estore estava corrido? - perguntou Holmes.
- Não tenho a certeza, mas creio que estava meio corrido. Sim, lembro-me agora de que ele o subiu para abrir totalmente a porta envidraçada. Não consegui encontrar a minha bengala e ele disse-me: «Não faz mal, meu rapaz, agora ver-nos-emos com frequência, espero, e guardarei a sua bengala até você voltar cá.» Deixei-o ali, com o cofre aberto e os papéis divididos em montes sobre a mesa. Era tão tarde que já não podia regressar a Blackheath, portanto, passei a noite no Anerley Arms e só esta manhã é que soube deste terrível acontecimento.
- Quer fazer-lhe mais algumas perguntas, Sr. Holmes? - perguntou Lestrade, que ao longo do extraordinário relato erguera uma ou duas vezes as sobrancelhas.
- Só depois de ir a Blackheath.
- Quer, com certeza, dizer Norwood - disse Lestrade.
- Sim, claro que era isso que eu queria dizer - disse Holmes com o seu sorriso enigmático. Lestrade já aprendera por experiência própria mais do que gostava de admitir sobre a forma como aquele cérebro cortante como uma lâmina conseguia dissecar o que para ele era impenetrável. Vi-o olhar para o meu companheiro com curiosidade.
- Gostaria de lhe dar uma palavra daqui a instantes, Sr. Sherlock Holmes - disse. - Bom, Sr. McFarlane, dois dos meus polícias estão à porta e está uma carruagem à sua espera. - O infeliz jovem levantou-se e, lançando-nos um último olhar implorativo, saiu da sala. Os polícias conduziram-no à carruagem, mas Lestrade ficou.