- Foi a Blackheath?
- Sim, Watson, fui lá e depressa descobri que o falecido Oldacre tinha fama de ser um considerável pulha. O pai fora à procura do filho. A mãe estava em casa... uma senhora baixa, roliça, de olhos azuis, que tremia de medo e de indignação. É claro que nem sequer admitia a possibilidade de o filho ser culpado. Mas também não manifestou qualquer surpresa ou pena pela morte de Oldacre. Pelo contrário falou dele com tanto azedume que inconscientemente estava a fortalecer consideravelmente a visão da polícia, pois é evidente que, se o filho já a tivesse ouvido falar desse homem daquela maneira, ficaria predisposto ao ódio e à violência. «Assemelhava-se mais a um chimpanzé mau e astuto que a um homem», disse ela, «e foi sempre assim, mesmo em novo.»
»- Conheceu-o nessa altura? - perguntei.
»- Sim, conheci-o bem, pois foi meu pretendente. Graças a Deus que tive o senso de me afastar dele e de casar com um homem muito melhor que ele, embora pobre. Estava noiva dele, Sr. Holmes, quando ouvi uma horrível história de como ele soltara um gato num aviário, e fiquei tão horrorizada com a sua brutal crueldade que não o quis ver mais. - A senhora procurou num armário e mostrou-me uma fotografia de uma mulher, fotografia essa que tinha o rosto cortado e fora terrivelmente mutilada com uma faca.