-Que é que acha disto. Walson? - perguntou, atirando-me o telegrama,
Era de Norwood e dizia:
«Surgiram novas provas importantes. Culpabilidade de McFarlane definitivamente estabelecida. Aconselho-o a abandonar o caso.
LESTRADE»
- Parece-me grave - disse eu.
- É o pequeno canto de vitória de Lestrade - respondeu Holmes com um sorriso amargo. – E, no entanto, poderá ser prematuro abandonarmos o caso. Afinal de contas, novas provas são uma arma de dois gumes e até poderão apontar para uma direcção muitíssimo diferente daquela que Lestrade imagina. Tome o pequeno-almoço. Watson, e depois iremos ambos ver o que é que podemos fazer. Sinto que precisarei da sua companhia e do seu apoio moral.
O meu amigo não tomou pequeno-almoço, pois uma das suas excentricidades era não se permitir qualquer alimento nos seus momentos mais intensos, e já o vi forçar a sua constituição de ferro ao ponto de desmaiar de pura inanição. «Nesta altura não posso desperdiçar energia e força de nervos para a digestão», diria em resposta à minha censura enquanto médico. Assim, não fiquei surpreendido quando naquela manhã não tocou no pequeno-almoço, saindo comigo em direcção a Norwood. Uma multidão de mirones mórbidos continuava junto de Deep Dene House que era, como eu imaginara, uma vivenda dos subúrbios. Lestrade veio ao portão, ao nosso encontro, com o rosto afogueado pela sua vitória e com um ar de retumbante triunfo.
- Então, Sr. Holmes, já provou que estamos errados? Já encontrou o seu vagabundo? - exclamou.
- Não formei qualquer conclusão - respondeu o meu companheiro.