- Ora esta! Ora esta! – disse, finalmente. - Ora esta, quem é que podia imaginar uma coisa destas? Como as aparências podem iludir! Um Jovem com tão bom aspecto! É uma lição para nós, para não nos fiarmos nas nossas impressões, não acha, Lestrade?
- Sim, alguns de nós têm a tendência para se mostrarem demasiado seguros de si, Sr. Holmes - disse Lestrade. A insolência do detective era enfurecedora, mas não nos podíamos sentir ressentidos.
- Foi providencial o jovem ter encostado o polegar à parede ao tirar o chapéu do cabide. É um gesto tão natural, se se pensar bem.
Holmes mostrava-se exteriormente calmo, mas o seu corpo estremeceu de excitação reprimida ao falar.
- A propósito, Lestrade, quem é que fez esta extraordinária descoberta?
- A governanta, a Srª Lexington, é que chamou a atenção do polícia de guarda.
- Onde é que estava o polícia?
- Estava de guarda ao quarto onde o crime foi cometido para que ninguém mexesse em nada.
- Mas por que é que a polícia não viu esta marca ontem?
- Bom, não tínhamos nenhuma razão especial para examinarmos o hall atentamente. Além disso, não está num sítio muito visível, como pode ver.
- Não, não, é claro que não. Calculo que não haja qualquer dúvida sobre se a marca estava aqui ontem.
Lestrade olhou para Holmes como se pensasse que ele tinha enlouquecido. Confesso que eu próprio fiquei surpreendido quer com o seu riso hilariante quer com o seu comentário.
- Não sei se pensa que McFarlane saiu da cadeia pela calada da noite para fortalecer as provas contra si próprio - disse Lestrade.