O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 3: A Aventura dos Dançarinos Pág. 61 / 363

Depois de apertar a mão a ambos, preparava-se para se sentar quando viu o papel com os curiosos desenhos que eu acabara de examinar e colocara em cima da mesa.

- Então Sr. Holmes, que é que acha disto? - exclamou. Disseram-me que gostava de estranhos mistérios e não creio que encontre um mistério mais estranho que este. Enviei primeiro o papel para que tivesse tempo para o estudar antes da minha chegada.

- É, de facto, uma obra curiosa - respondeu Holmes. - À primeira vista, poderia parecer uma partida idiota. Consiste numa serie de pequenas figuras absurdas a dançar sobre o papel em que estão desenhadas. Por que é que atribui qualquer importância a um objecto tão grotesco?

- Eu não atribuo, Sr. Holmes. Mas a minha mulher atribui. Está terrivelmente assustada. Não diz nada, mas vejo o terror no seu olhar. Por isso é que quero ir ao fundo da questão.

Holmes ergueu o papel de forma a que a luz do Sol incidisse directamente sobre ele. Era uma página rasgada de um bloco. Os desenhos tinham sido feitos a lápis e eram assim:

Holmes examinou-o durante algum tempo e, depois, dobrando cuidadosamente o papel, meteu-o na carteira.

- Isto promete vir a ser um caso extremamente interessante e invulgar - disse. - Na sua carta contou-me alguns pormenores, Sr. Hilton Cubitt, mas ficar-lhe-ia muito grato se os repetisse ao meu amigo, Dr. Watson.

- Não sou grande contador de histórias - disse o nosso visitante, abrindo e fechando as mãos fortes. - Faça-me perguntas sobre qualquer coisa que eu não explique claramente. Começarei na altura do meu casamento, no ano passado, mas primeiro quero dizer-lhe que, embora não seja um homem rico, a minha família vive em Riding Thorpe há uns cinco séculos e não há nenhuma família mais conhecida no distrito de Norfolk.





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