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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 111
do país que estão a defender, depois o auxílio dos seus outros aliados e, finalmente, alguns dos seus próprios cidadãos, entre os quais escolhem um homem de reconhecida virtude e valentia experimentada, para chefiar e conduzir o exército. Dão-lhe dois outros oficiais, um pouco inferiores, que, enquanto ele estiver em condições de exercer o comando, nada fazem. Mas, quando se der o caso de ser morto ou aprisionado, sucede-lhe um dos outros dois, e, em caso de desgraça, é este substituído pelo terceiro, para impedir, pois que a sorte da batalha é incerta, que a morte do comandante leve todo o exército à derrota.

Escolhem em cada cidade soldados que se oferecem como voluntários. Não expõem ninguém à guerra, contra sua vontade, porque pensam que, se alguém é medroso e cobarde por natureza, não conseguirá agir de modo corajoso na batalha, sendo antes exemplo de cobardia para os seus camaradas. No caso de o seu próprio país ser invadido, no entanto, utilizam-nos nos barcos, misturados com soldados corajosos, ou dispõem-nos atrás das muralhas, donde não há retirada possível. Nesses casos, quer por medo dos inimigos próximos ou porque não lhes resta esperança de fuga, esquecem todo o receio. Muitas vezes, uma situação extrema transforma a cobardia em coragem e virilidade. No entanto, se ninguém é obrigado a sair do país para fazer a guerra contra vontade, permitem às mulheres que acompanhem os maridos em tempo de guerra, incitando-as mesmo a fazê-lo, considerando-o digno de louvor. No campo de batalha, as mulheres ficam ao lado dos maridos, rodeados pelos filhos, parentes e aliados, a fim de que, aqueles que a natureza inclinou para o auxílio mútuo, se auxiliem uns aos outros. É considerado reprovável e vergonhoso que o marido regresse sem a mulher, esta sem o marido e o filho sem o pai. Por isso, quando o inimigo resiste d tal modo que são forçados a entrar também no combate,

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Os capítulos deste livro:
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51