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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 120
Os que vêem esta morte desprezam-na e quando morrem tais pessoas enterram-nas com tristeza e em silêncio, rogando a Deus misericórdia para a alma e perdão para as suas fraquezas, cobrindo finalmente de terra o cadáver.

Em contrapartida, ninguém chora os que morrem na alegria e na esperança. Seguem a urna com cânticos de alegria, encomendando fervorosamente a Deus as almas dos defuntos. Por fim, incineram o cadáver, com respeito mas sem aflição. No local erigem uma coluna de pedra que tem gravados os títulos do defunto. Quando voltam para casa, conversam acerca das suas acções virtuosas e hábitos justos. Nenhuma parte da sua vida é referida com mais alegria que a sua morte pacífica.

Pensam que estas honras, prestadas à virtude e bondade do defunto encorajam os vivos ao bem, e são infinitamente agradáveis aos mortos. Porque supõem os mortos presentes entre eles, quando eles falam, embora invisíveis para a fraca vista humana.

Seria injusto se os mortos não pudessem ir directamente para onde desejassem, e seria ingratidão da parte deles não ter desejo de visitar os amigos, a quem, em vida, tanta amizade os unia, sentimento que os Utopianos estão convencidos que aumenta depois da morte. Acreditam assim que os mortos se encontram entre os vivos, como espectadores e testemunhas dos seus actos e palavras. Por isso enfrentam com mais coragem as tarefas que têm de cumprir, confiados em tais defensores, crença que evita uma imensidade de delitos secretos.

Desprezam e repudiam os augúrios e adivinhações, por meio do voo ou da voz das aves e outras crendices semelhantes, que nos outros povos encontram grande favor. Veneram, no entanto, os milagres, que ocorrem sem o concurso da natureza, considerando-os obras que testemunham a omnipotência e a presença de Deus. Afirmam mesmo que são correntes no seu país

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
Página atual: 120

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51