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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 31
a honradez e a reparação, durante o resto da vida, de todo o mal que até então tivessem feito. Demais a mais, é tão pouco o receio da recaída nos seus antigos hábitos, que os viajantes escolhem de preferência, para sua própria segurança, entre estes homens os seus guias, substituindo-os ao passar de uma província para a outra. Como poderiam eles cometer roubos, se nada à sua volta os ajudaria nesse propósito? Não podem tocar em armas, a posse do dinheiro trairia o roubo cometido. Em breve seriam apanhados no acto de roubar e o castigo é a morte imediata. Nem a esperança da fuga lhes é dada, pois, como poderiam manter secreta a sua fuga, vestidos de maneira diferente dos outros homens, a menos que o tentassem fazer fugindo nus? Porém, a orelha meio cortada denunciá-los-ia, juntamente com o corte do cabelo.

«É duvidoso também que consigam urdir conspirações contra o Estado. Isso vos garanto. Pois os escravos de uma província não conseguiriam ter qualquer êxito, se não atraíssem ou arrastassem para o seu partido os escravos de muitas outras províncias. O que se torna irrealizável, já que não podem sequer falar uns com os outros, ou mesmo trocar um simples cumprimento, sob pena de morte. Nem é de pensar que se atreveriam a confiar os seus projectos aos seus camaradas, sabendo quão perigoso é o conselho e as imensas vantagens que advêm da denúncia para quem os atraiçoar. Por outro lado, todos vivem na esperança de virem um dia a recuperar a liberdade, ao mostrarem-se resignados e submissos e ao darem garantias de bom comportamento futuro, de honestidade e de verdade. Todos os anos, vários escravos são libertos, em virtude do seu excelente comportamento.

Quando acabei de dizer isto, acrescentando que não via razão por que não se instaurasse na Inglaterra processo semelhante, pois teria maior valor e proveito que o género de justiça tão

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Os capítulos deste livro:
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51