abaixo do cume do monte e prolonga-se pelo espaço de duas milhas até ao rio Anidro. A sua largura, junto ao rio, aumenta um pouco. O rio tem origem numa pequena nascente vinte e duas milhas acima de Amaurota. Engrossado por pequenos ribeiros e rios, dois deles de tamanho médio, alcança a largura de meia milha em frente de Amaurota, alargando sempre a partir de aí e desaguando no oceano, a quarenta milhas da cidade. No espaço entre a cidade e o mar, e mesmo até algumas milhas acima da cidade, o rio sofre a influência das marés, vazando e enchendo de seis em seis horas. Na maré cheia, o mar enche o Anidro com água salgada, repelindo o rio para nascente e comunicando salinidade à água do Anidro. Mas na maré vazante a água torna a purificar-se e chega fresca e potável até junto da foz. Sobre o rio, há uma ponte construída em admiráveis arcos, de pedra e não de madeira, no local da cidade mais afastado do mar, com o propósito de permitir aos navios que fundeiem em qualquer ponto à volta dá cidade.
Possuem ainda outro pequeno rio, belo e tranquilo, que nasce na própria colina em que a cidade está construída e corre pela encosta, atravessando a meio a cidade, desaguando por fim no Anidro. Por a sua nascente ficar um pouco acima da cidade, os Amaurotas cercaram-na de fortificações, ligando-a à cidade, para que, no caso de haver um cerco, o inimigo não possa envenenar a água, deter-lhe ou desviar-lhe o curso. Da nascente par, tem canalizações de grés que conduzem a água à zona mais baixa da cidade. Onde isso se torna impraticável, recolhem a água da chuva, em grandes cisternas, que lhes são bastante úteis.
A cidade é rodeada por uma alta e espessa muralha de pedra, enxameada de torres e fortes. Um fosso seco, profundo e largo, cheio de sebes e silvados, rodeia por três lados a muralha da cidade. O quarto lado tem por fosso o próprio rio. As ruas são