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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 99
Para outras ofensas, não há castigo previsto por lei. O Senado estabelece o castigo de acordo com a grandeza do crime. Os maridos castigam as mulheres e os pais os filhos, a menos que o delito tenha sido tão grave que se torne útil o castigo público, para exemplo e reparação dos costumes. Normalmente, as faltas mais graves são punidas com a escravidão, pois consideram-na castigo não menos temível para os condenados que a morte e, além disso, bem mais útil à sociedade. Tiram mais proveito do seu trabalho que da sua morte e pelo seu exemplo vivo inspiram durante mais tempo horror ao cometimento de crimes semelhantes.

Porém, se os escravos condenados se revoltam e insurgem, condenam-nos à morte como animais ferozes e desesperados que nem as cadeias nem a prisão podem domar ou conter. Aqueles, no entanto, que suportam a escravidão pacientemente, não os deixam perder completamente a esperança. Se depois de terem sido dobrados e domados pelas longas misérias sofridas mostrarem verdadeiro arrependimento, que demonstre que o crime lhes é mais pesado que o castigo, por vezes, por prerrogativa do príncipe, ou mesmo pelo consentimento do povo, é-lhes mitigada a servidão, ou mesmo chegam a ser libertados e perdoados.

O que incita ao adultério não incorre em menos perigo que o que propriamente o comete. Em todos os crimes consideram a intenção, o propósito, tão grave como o próprio acta, pois pensam que um impedimento à consumação do crime não é desculpa para quem o não fez, mas que sem dúvida o teria cometido, se não tivesse encontrado obstáculos no seu caminho.

Divertem-se, com especial-prazer, com os bobos. Como consideram vergonhoso maltratá-los ou insultá-los, não proíbem a si próprios o prazer que se tira da loucura, que aliás alcançou óptimos resultados nos bobos. E, se alguém for tão tristonho

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51