Orgulho e Preconceito - Cap. 16: Capítulo XVI Pág. 89 / 414

Bingley. Não sei como este, que parece ser todo bom humor e é realmente extremamente simpático, pode ter amizade por aquele homem. Não entendo como os génios combinam. Conhece Mr. Bingley?

- Não.

- É um homem amável, bem-educado, encantador. Não deve conhecer a verdadeira natureza de Mr. Darcy.

- Provavelmente não. Mas Mr. Darcy sabe agradar quando quer. Não lhe faltam qualidades. Sabe ser um companheiro agradável, quando acha que vale a pena. Entre os seus iguais mostra-se muito diferente do que com os menos afortunados. Seu orgulho nunca o abandona; mas com os ricos ele é liberal, justo, sincero, razoável, honrado, e talvez agradável. Mesmo levando em conta a sua fortuna e a sua figura.

Pouco depois terminou a partida de uíste. Os jogadores se reuniram em torno da outra mesa e Mr. Collins se sentou entre a prima Elizabeth e Mrs. Philips. Esta lhe fez as perguntas de costume sobre o seu êxito no jogo. A sorte não lhe tinha sido muito favorável. Ele tinha perdido todos os pontos. Mas quando Mrs. Philips começou a exprimir o seu pesar, Mr. Collins lhe assegurou, muito grave, que isto não tinha a menor importância, que ele considerava o dinheiro uma coisa secundária, e pediu que ela não se preocupasse com o fato.

- Sei perfeitamente, minha senhora - disse ele -, que quando uma pessoa se senta numa mesa de jogo deve correr o seu risco. Felizmente a minha situação permite perder cinco xelins sem nenhuma preocupação. Muitos não podem dizer o mesmo, mas graças a Lady Catherine de Bourgh estou livre dessas pequeninas misérias.

Mr. Wickham prestou atenção a estas palavras e, depois de observar Mr. Collins durante alguns momentos, perguntou a Elizabeth se o seu parente era intimamente relacionado com a família De Bourgh.





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