- Não fui eu! Não fui eu! Juro perante Deus que não fui eu! - exclamou o nosso prisioneiro, destruído.
- Explique-nos então como foi que Cadogan West morreu antes de o senhor o colocar no tejadilho de uma carruagem do metropolitano.
- Explico tudo, juro! Fiz tudo o mais que disse. Confesso. Foi tudo como contou. Uma dívida da Bolsa para pagar. Precisava urgentemente de dinheiro, Oberstein ofereceu-me cinco mil. Eram para me salvar da ruína. Mas quanto ao crime estou tão inocente como o senhor.
- Que aconteceu, afinal?
- Ele desconfiou e seguiu-me, conforme o senhor disse. Só me apercebi ao chegar aqui. O nevoeiro era denso; a três metros de distância já não se via nada. Bati duas vezes e Oberstein veio abrir. O jovem irrompeu e exigiu saber o que íamos fazer com os papéis. Oberstein possuía uma bengala de ponta metálica, uma arma, que trazia sempre consigo. Quando West tentou entrar atrás de nós, Oberstein golpeou-o na cabeça. Um golpe fatal; o rapaz morreria em menos de cinco minutos. Ele caído no corredor e nós sem sabermos o que fazer, Então, Oberstein lembrou-se dos comboios que paravam sob a janela das traseiras.