A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 6: A AVENTURA DO DETECTIVE MORIBUNDO Pág. 127 / 210

Suplico-lhe que tenha esse cuidado, Watson. Obrigado, está muito bem. Não, não é preciso correr a persiana. Agora faça-me o favor de colocar alguns papéis e cartas em cima desta mesa, ao alcance da minha mão. Obrigado. E, alguns daqueles objectos sobre o fogão. Óptimo, Watson! Há ali uma pinça para cubos de açúcar... Pegue com ela, por favor, na caixinha de marfim. Ponha-a aqui entre os, papéis... Isso... Muito bem! Agora pode ir buscar Mr. Culverton Smith, a Lower Burke Street, 13.

Para dizer a verdade, o meu desejo de ir procurar um médico esmorecera um tanto, visto que o pobre Holmes delirava tão evidentemente que me parecia perigoso deixá-lo só. No entanto, mostrava-se, agora tão ansioso por ser visto pela pessoa que nomeara como antes se obstinara a recusar um especialista.

- Nunca ouvi falar - disse eu.

- É possível, meu bom Watson. Talvez fique surpreendido por saber que o homem mais versado nesta doença em todo o mundo. Não é médico; é um plantador. Mr. Culverton Smith reside em Samatra onde é muito conhecido, e encontra-se de visita a Londres. Uma manifestação da doença na sua plantação, distante de qualquer centro onde pudesse obter auxílio médico, levou-o a estudá-la, com consequências de extraordinário alcance. É uma pessoa muito metódica e eu não quis que saísse antes das seis por saber que antes dessa hora não o encontraria no seu gabinete. Se você fosse capaz de o convencer a vir cá e a pôr à nossa disposição a sua experiência única da doença cuja investigação constitui o seu mais acalentado passatempo acredito que ele me poderia ajudar.

Transcrevo as palavras de Holmes como se pronunciadas sem interrupção, sem indicar os intervalos para recobrar o fôlego nem os movimentos das mãos, que se crispavam de modo bem evidenciador das dores que sentia.





Os capítulos deste livro