Para dizer a verdade, o meu desejo de ir procurar um médico esmorecera um tanto, visto que o pobre Holmes delirava tão evidentemente que me parecia perigoso deixá-lo só. No entanto, mostrava-se, agora tão ansioso por ser visto pela pessoa que nomeara como antes se obstinara a recusar um especialista.
- Nunca ouvi falar - disse eu.
- É possível, meu bom Watson. Talvez fique surpreendido por saber que o homem mais versado nesta doença em todo o mundo. Não é médico; é um plantador. Mr. Culverton Smith reside em Samatra onde é muito conhecido, e encontra-se de visita a Londres. Uma manifestação da doença na sua plantação, distante de qualquer centro onde pudesse obter auxílio médico, levou-o a estudá-la, com consequências de extraordinário alcance. É uma pessoa muito metódica e eu não quis que saísse antes das seis por saber que antes dessa hora não o encontraria no seu gabinete. Se você fosse capaz de o convencer a vir cá e a pôr à nossa disposição a sua experiência única da doença cuja investigação constitui o seu mais acalentado passatempo acredito que ele me poderia ajudar.
Transcrevo as palavras de Holmes como se pronunciadas sem interrupção, sem indicar os intervalos para recobrar o fôlego nem os movimentos das mãos, que se crispavam de modo bem evidenciador das dores que sentia.